Tenho gostado da forma silenciosa que a nossa relação se desenvolve. Eu tenho aprendido a lidar com o meu silêncio por meio do seu.
Sempre me achei quieta, introspectiva… mas, pode soar estranho tal informação porque sou de fácil comunicação e as pessoas costumam me acessar de modo fácil. No entanto, essa é uma máscara de proteção ao esquecimento… quando se é pouco visto, você pode ser facilmente esquecido e ter os seus direitos negados. Então, em luta pela minha identidade, obriguei-me a ser extrovertida, espalhafatosa e comunicativa.
Não acho ruim, só é por vezes cansativo. E, não pouco frequente eu preciso de longos períodos de silêncio para me reencontrar.
Me relacionar com você, faz com que eu entre em contato contato com isso. Você tem a sua vida, eu tenho a minha. Mas, nossas trocas são leves, gostosas e riquíssimas. É diferente. É bem bom.
Eu sinto falta de poder falar sobre, e com alguém que vai me entender na delicadeza do meu sentir. Mas, tudo bem. Vou lidando com a terapia… livros e nossas playlists.
Silenciar tem me mostrado o colo que eu quero ter, o caminho do meu sentimento… e que nossa relação, é imprevisível… não se resume a uma timeline, mas tem sido construída no presente. É daí que vem o meu frio na barriga, há tanto tempo que não se faz relações assim, sabe? Tão acostumada com o tudo pode e zero restrições. Mas, também pouquíssimo respeito e tempo do outro né.
As possibilidades com você tem sido de ser eu mesma de um jeito muito tranquilo…
(Jennifer Ernesto, 2021)
			



