“Preocupação intensa, excessiva e persistente e medo de situações cotidianas. Podem ocorrer frequência cardíaca elevada, respiração rápida, sudorese e sensação de cansaço.”
O que fizemos para merecê-la?Coletivamente? Muitas coisas. Capitalismo. Um modelo de consumo desenfreado. Competitividade em todas as relações possíveis. Individualmente? A crença na sociedade do desempenho.
Este não é um texto acadêmico, portanto, não mergulharei nos conceitos de produção… mas, desejar o máximo de desempenho faz com que queiramos tudo, e façamos muito pouco. Vivemos num modo de vida exaustivo.
Individualmente, eu tenho acreditado numa vida minimalista. Mas, não apenas consumo… mas, uma vida que considere menos. Menos objetos, menos pessoas, menos preocupações, menos tudo.
Não é fácil, até porque, a sociedade segue o seu curso da maximização de coisas, acontecimentos, pessoas, qualificações e assim por diante. E, com frequência, eu me pergunto? Qual a profundidade daquilo que está me sendo dito, demonstrado e falado?
Nas relações, eu acredito que é muito difícil conhecer quaisquer pessoas. Se nós mesmos temos segredos que não gostamos nem de pensar, penso que os outros mostram aquilo que acreditam ser o melhor de si. E, ainda que a pior faceta esteja sendo demonstrada, aquilo exerce algum tipo de prazer ou resposta positiva para a pessoa.
Nesses primeiros dias do ano, eu tenho experienciado tanto o aprofundamento quanto o encerramento de relações. É necessário um certo refino em relação as pessoas que carrego comigo. Afinal, qualidade é melhor que quantidade. E, nos dois cenários, há os pontos positivos e negativos.
Comigo mesma, eu viajo nos mares de possibilidades daquilo que sinto. Este texto e tantos outros — não publicados, são um exemplo da minha expressão sensível. Tal qual realizar uma colagem, como eu fazia quando criança.
O ato de recortar, colar e imaginar cenários caóticos acalma a minha mente.

E, ainda que muito desses refinos dos meus desejos, sejam eles materiais, carnais ou relacionais, sejam processos de uma vida toda… é importante, navegar nessas possibilidades, certo?
Ainda que o navegar, por vezes, intensifique mais as ansiedades do que as apaziguem.
E, eu sempre me impressiono como discussões jurídicas complexas e recortar e colar fotos, causam efeitos dopamínicos muito semelhantes em mim.
Jennifer Ernesto
16 de janeiro de 2023
São Paulo/SP
			



