Hoje meu menino moço de muito tempo atrás apareceu diante dos meus olhos tão renovado, tão diferente, mas, na verdade tão ele que, entrei em êxtase de uma felicidade muito pura quando o cumprimentei.
Fiquei na espreita para ver onde ele tava sentado. Mas, só fui para perto deles quando vi que minha amiga mais próxima também estava lá. Quando eu sentei, que energia gostosa de aproximação eu senti, um grande aconchego de alguém que se gosta e faz muito tempo que não nos víamos.
Ele estava no evento de comemoração porque trabalha no local a ser comemorado e homenageado. Eu estava porque o coordenador do local me convidou. Eu fui, mesmo com tantas outras pendências de estudos a cumprir, eu sentia que eu deveria ir.
E intuição é algo que a gente não deve questionar. A palavra forte de um representante da zona sul, a tradução simultânea do evento fizeram com que eu sentisse orgulho da instituição que eu estudo, bem como da minha trajetória. Eu como convidada de um evento de um lugar que faz diferença em tantas vidas.
Conversamos muito, meu menino de muito tempo atrás e eu, nos atualizados, nos identificamos, afetos e flertes muito gentis que demonstravam uma vontade de estar perto e que aquele tempo não acabasse jamais.
Fomos interrompidos até que tivemos tempo só para nós, no bar. A cerveja com ele teve sabor diferente, o cigarro também… eu pude descobrir que a esses dois juntos são bem próximos da sensação do beijo dele. Mas, que o beijo dele fez eu me sentir deitada num tapete de veludo, nua e de banho tomado.
Muitas outras tantas interrupções e bares, e chefes e ele me trouxe em casa em seu carro. O beijo de despedida aqueceu meu corpo de modo suficiente para querer mais.
Uma noite quente que terminou comigo insone e elaborando perspectivas… e aproveitando cada segundo do meu sonho de olho aberto.
Um preto beijou sua preta em praça pública, no caso, nossa universidade particular de elite paulistana.
(Aline Ernesto, 2019)




