Ele dorme enquanto eu perdi o sono e me perco entre xícaras de café e séries há muito tempo terminadas. É aquela madrugada muito perto do amanhecer que me faz refletir sobre o passado, presente e as perspectivas e futuro.
De certa forma, eu sabia que algo ia acontecer referente a pessoas que envolvem o ciclo que ele e eu participamos. Eu só não sabia que era ele. Eu jamais teria feito tal conexão de que, a saudade de um tio em comum denotaria que ele estava vindo em minha direção.
A intuição é uma criança sapeca… ela está ali a sua disposição para os mais profundos divertimentos… mas, quando a gente menos espera, a criança quer dormir e chora até que consiga. A minha intuição tem dessas, fica dançando na minha frente até que corta a energia da música e me obriga a brincar de mímica com as sombras.
Ele trouxe uma energia calma e doce, bem como a perspectiva de algo que eu desejo muito se realize. No entanto, eu não sei até que ponto ele permanecerá… apesar de ter crescido, ele é um menino e meninos mudam de ideia muito rápido… fase de crescimento.
Eu sabia que a nossa história de três anos atrás ainda não tinha acabado… deixamos muitas pontas soltas. Muitas. Mas, também não sei se iniciamos um novo novelo ou se é apenas mais um nó na lã dessa morada.
O sabor dele está mais denso e o meu talvez mais calmo.
É de saber que ela continua sendo coisa pequena e talvez, ele precise de lentes maiores para captar.
(Aline Ernesto, 2019)




