Conheci recentemente um moço que me chamou bastante atenção. Poucos anos mais jovem que eu, alto, delicado, com traços bastante demarcados, olhos escuros e por algum fator genético, ele tinha a pele clara.
Uma das pessoas mais generosas, atenciosas e carinhosas que conheci. Ele me abraçou bastante antes, durante e depois de nos aventurarmos nas entrelinhas de nossos corpos.
Porque srta. Z? — Ele me perguntou. Eu respondi com um beijo e não continuamos a conversa. Mas, acabei parando para pensar nessa pergunta. Acredito que srta. Z por ser um apelido fácil que pegou, tanto porque a delicadeza da minha pessoa trouxe “srta.”, e porque Z eram os desenhos nas mesas nos mais diversos locais possíveis — o que me gerou certas confusões, mas isso é outra história.
O cheiro natural dele era doce, apesar do perfume tentar confundir o nível da doçura. Sonhador, dedicado, atencioso… Uma configuração de homem diferente do meu pai, eu cheguei a pensar se meu pai aceitaria tal condição. Mas, de qualquer forma, não é como se fosse fácil inserir qualquer pessoa nova ao meu pai. Sei que no passado minha mãe sempre gostou de quem meu pai gostava. Não verbalizava nada a favor, os contras vinham das maneiras mais esquisitas possíveis. Tenho muito medo de me entregar a ele, nos enroscarmos de tal forma que tais pessoas alheias ao afeto que temos em comum tratem de tentar miná-lo.
Isso o machucaria tanto a mim quanto a ele de modo profundo. Ele é sensível e eu continuarei por muito tempo demonstrando minha sensibilidade apenas a ele.
Não tenho tanta pressa de saber se há desfechos sobre essas dúvidas, mas, ao mesmo tempo eu acabo construindo uma barreira que dificulta o aumento da nossa intimidade.
De qualquer forma, ele sabe que desde sempre escrevo, que isso é uma droga de necessidade de sobrevivência… uma certa dependência.
“Você lembra quando nos conhecemos?”
“huumm…”
“Você tem uma péssima memória!”
— srta. Z




